terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Teoria das janelas quebradas




  Visitei algumas pessoas em um bairro chamado Brasília. As ruelas esburacadas, intransitáveis, abandonadas, denunciavam o descaso do poder público. A miséria material daquele povo, tanto de subsistência pessoal e familiar como de infraestrutura do bairro, certamente abala o conceito subjetivo de dignidade que essas pessoas têm de si mesmas. Flagrando-se a todo instante esquecidas, excluídas, relegadas, não demora a se assumirem como tal. De resto, não é de estranhar, as mazelas que decorrem desse quadro. 

    Lembrei-me da teoria das janelas quebradas. Tendo sido feitas experiências, constatou-se que pequenos deslizes éticos, digamos assim, estavam intrinsecamente relacionados aos cuidados materiais das ruas, das casas, dos terrenos baldios, do lixo. De tal forma, no mesmo bairro, quando deixava-se propositadamente a imundície acumular, cresciam consideravelmente os pequenos delitos, que obviamente tendiam a se agravar se nada fosse feito. No entanto, as pessoas eram as mesmas.

    Pude ver a lógica dessa teoria fazendo efeito no bairro Brasília que visitei.


Que custa quebrar mais uma só por diversão? Ninguém está ligando mesmo.


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