terça-feira, 17 de abril de 2012

Pingo


   A corrida para participar do livro, sugestão do Rui, já começou. Como a Marieli, pensei também em aprender a fazer poemas. Pelo menos unzinho, de início, para poder figurar entre os autores. Fiz algumas pesquisas entre os expoentes da área, que gentilmente falavam de sua arte. Um deles disse que devemos focar os sentimentos, não as coisas. Boa dica, pensei. Pus-me a enumerar sentimentos e tal. Entretanto, lembrei que “no meio do caminho tinha uma pedra”. Se assim fosse, esse belo poema jamais teria existido. Queria criar um poema que fosse ao mesmo tempo inteligente e profundo (um engraçadinho poderia sugerir como título Poços Artesianos, ao que, meneando a cabeça sem nada responder, deixaria ele com seus gracejos). Um outro deu a entender que o título é a peça de arremate; outros, pelo contrário, disseram que a partir do título se constrói a obra, como se fosse a pedra fundamental. Imaginei algo que tocasse a alma das pessoas, mas que não dissesse tudo, deixando nas entrelinhas as melhores partes.


   Então, já sabendo que o bom de um poema é que as palavras podem tomar um significado conotativo, diferente daquele usual, não existe forma definida, é uma criação inteiramente livre, a criatividade, afinal, é o limite de cada um. Lancei-me à obra.

   Veio o título. Pingo. E agora que venha a inspiração. Olhei aquele branco do word e o Pingo bem ao alto. Veio a primeira ideia. Ninguém é mais do que um pingo. Parei por aí. Enveredava para a insignificância do homem em relação ao tempo e ao espaço. Parecia um bom viés. Fui em diante.

Pingo!

    Ninguém é mais do que um pingo,
    Pingo de orvalho,
    Já continuei mal, caralho!
    Pingo de amor,
    Não sou poeta, que horror!

Isabel, nunca leia isso, e se acaso o fizer, socoooorro!

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