De fato, estive em Havana nos últimos
dias de 2012. Pude constatar a dura realidade do cubano. Como eles próprios
admitem: "É uma situação complexa, se o sistema serviu para nossos avós,
para nós já não se pode dizer o mesmo". Quem somos nós, estrangeiros, para
julgar esse povo? Pode-se sentir o ar de mudança nas ruas. Os pequenos negócios
- saída honrosa para muitos - vão se multiplicando pelas esquinas de Havana. Há
um sopro de esperança, mas por detrás de muitos olhares, há sombras de dúvidas
e incertezas. Por isso tudo, amei ter conhecido Cuba e seu povo.
A Clau, a Bárbara e a Camila,
companheiras de viagem, expressavam, em seus olhares, admiração e curiosidade.
Quão legais foram por todo o caminho, quão divertidas. Uma parte do encanto,
certamente, deve ser creditada às parceiras de viagem.
O cubano é um ser solidário, festivo,
mas antes de tudo, resignado. O espírito da revolução - muito além das figuras
do Chê, nos muros da cidade, muito além das frases de efeito em favor da
revolução - não consegue mais esconder a realidade. Porém, nem tudo foi em vão.
O sistema mostrou ao mundo que é possível a existência de um Estado Social, uma
garantia estatal do mínimo existencial, pelo menos, se a desigualdade social
não for possível eliminar.
Viajar é bom; viajar e conhecer uma
cultura e um sistema totalmente diversos do nosso é algo que recomendo. Não
voltei mais socialista do que já era, mas voltei ciente que é possível, sim, um
Estado Social com mais responsabilidade. É possível, sim, investir pesadamente
em educação, não como plataforma demagógica, para angariar votos, mas
como política de Estado.
Um povo é sua história.
Hasta la victoria, siempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua contribuição!