O soluço sufocado de quem fica, o aperto no coração de quem parte. Chegadas e partidas. Chegará o dia em que a separação será inevitável. Quem cuidará dessa flor, da que vai, da que fica?
Quando a mãe deixa a criança no
colégio, em seu primeiro dia, aquele abraço de “até mais” que não quer acabar.
Depois da festa pela aprovação no vestibular, chega o dia de arrumar as malas e
enfrentar sozinha um novo mundo. A felicidade agora toma um tom de ansiedade e
preocupação. Para a filha, ansiedade; para a mãe, preocupação. Não há remédio,
não tem volta, a vida precisa seguir seu rumo. Quem cuidará dessa flor?
A vida é um eterno se despedir. A moça
que casa e leva os sonhos, mas deixa um vazio. Um vazio querido, um vazio
esperado. As flores que ficam, choram, ora de saudade, ora de felicidade pela
flor que partiu.
Partidas injustas, antes do tempo,
definitivas. Quem cuidará dessa flor? E aos que ficam, não haverá consolo.
Ninguém saberá dizer por que foi assim.
Nenhuma flor dura para sempre, novos
brotos tomam o lugar de pétalas que murcham e caem. Esse é o ciclo natural da
vida.
Há um quê de delicadeza nos olhos das
pessoas que cultivam flores. Um certo olhar, um delicado olhar, pode-se dizer
assim. Para desabrochar, há que ser plantada, regada, cuidada. Há um pouco de
poesia em toda pessoa que cultiva alecrim. Há uma rima, há um verso em cada
cor, em cada flor. A planta está ali, mas nem todos conseguem ver, só os olhos
acurados de quem ama pode ver a beleza em cada detalhe. E se ela se ausentar,
quem cuidará das flores?
Quem cuidará das flores? Talvez o tempo. Quem sabe o mundo. E você, o
que acha?
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