terça-feira, 19 de março de 2013

Outros tempos nunca serão os anos 70


Tudo ainda está tão nítido: a infância, a adolescência, o primeiro amor. O olhar para trás já é um prenúncio de que alguma coisa mudou. Bate às vezes a nostalgia. Nunca ninguém avisou que certas coisas não voltariam jamais.

Nem ainda deu tempo de se adaptar a uma nova tecnologia e outra já está tomando o lugar desta última. Por vezes, ainda relembramos os velhos discos de vinil e as fitas cassetes. Ninguém escreve mais cartas. Cartas naquele formato: papel, envelope, selo, correio. Não se sabe se a vida acelerou nos últimos tempos, ou se sempre foi assim em todas as gerações. Ocorre que agora é a nossa vez. Nossa vez de sentir que o tempo passou.

“Você ainda nem chegou a seu destino, seu perfume ainda está aqui, posso quase ver seu olhar. Não deve ser saudade, a saudade não surge assim tão de repente. Acho que é amor”. Cartas demoravam três dias para chegar e não eram escritas, eram sentimentos derramados naquele papel em branco.

                   As canções dos anos 70 tinham letras especiais, e as músicas eram de um romantismo inocente. Não há como não sentir saudades. Muitas marcaram a vida para sempre. Claro que não eram melhores que as de outros tempos, mas qualquer outro tempo nunca serão os anos 70, o tempo em que éramos tão jovens.

Não vimos o Festival de Woodstock passar - estávamos distantes demais das capitais -,   nem a onda hippie, mas acompanhamos a novela Dancin’ Days. E nos embalos de sábado à noite, na discoteca, a vida era um festival de ABBA, Bee Gees e John Travolta. Suave era a noite e simples era a vida.

                  Cinquentões.

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