Tudo ainda está tão nítido: a infância,
a adolescência, o primeiro amor. O olhar para trás já é um prenúncio de que
alguma coisa mudou. Bate às vezes a nostalgia. Nunca ninguém avisou que certas
coisas não voltariam jamais.
Nem ainda deu tempo de se adaptar a uma
nova tecnologia e outra já está tomando o lugar desta última. Por vezes, ainda
relembramos os velhos discos de vinil e as fitas cassetes. Ninguém escreve mais
cartas. Cartas naquele formato: papel, envelope, selo, correio. Não se sabe se
a vida acelerou nos últimos tempos, ou se sempre foi assim em todas as
gerações. Ocorre que agora é a nossa vez. Nossa vez de sentir que o tempo
passou.
“Você ainda nem chegou a seu destino,
seu perfume ainda está aqui, posso quase ver seu olhar. Não deve ser saudade, a
saudade não surge assim tão de repente. Acho que é amor”. Cartas demoravam três
dias para chegar e não eram escritas, eram sentimentos derramados naquele papel
em branco.
As canções dos anos 70 tinham letras
especiais, e as músicas eram de um romantismo inocente. Não há como não sentir
saudades. Muitas marcaram a vida para sempre. Claro que não eram melhores que
as de outros tempos, mas qualquer outro tempo nunca serão os anos 70, o tempo em
que éramos tão jovens.
Não vimos o Festival de Woodstock
passar - estávamos distantes demais das capitais -, nem a onda
hippie, mas acompanhamos a novela Dancin’ Days. E nos embalos de
sábado à noite, na discoteca, a vida era um festival de ABBA, Bee Gees e John
Travolta. Suave era a noite e simples era a vida.
Cinquentões.
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