Entre um silêncio e outro
Era uma tarde fria de julho. Meu pai lia seu jornal e eu percorria certo trecho de um livro tirado ao acaso de sua estante.
Entre um silêncio e outro, meu pai às vezes me perguntava: "Quantos anos você tem?" Eu olhava para seus olhos e respondia: "Que diferença isso faz agora, meu pai?" "Ora" - dizia ele, num misto de afirmação e pergunta - "não estaria na hora de você criar juízo?"
Entre um silêncio e outro, eu perguntava para o meu pai: "Com quantos anos o senhor criou juízo?" Ele, então, retrucava: "Que diferença isso faz, filho?", e ria zombeteiro, completando: "Eu só desejo o seu bem." Eu respondia de pronto: "Eu também." E o silêncio reinava novamente.
"Aquele que vem de fora, com 10 letras, o seu sinônimo, 11 letras?"