segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Comentários sobre A vegetariana, de Han Kang

 A Vegetariana, de Han Kang



A vegetariana é a história de uma mulher que decidiu deixar de ser aquilo que marido e família a pressionaram a ser a vida inteira.

Trechos:

Vestia-se de forma neutra, como se tivesse algum tipo de receio de se destacar.

Caminhando pelas noites quentes, cheia de música e de casais, ainda podia sentir o mesmo buraco negro da ferida aberta em seu interior tentando sugá-la. Era assim que arrastava seu corpo suado por essas ruas.

A VEGETARIANA, DE HAN KANG (#218)




Leitura em fevereiro/2025.


**Resenha de *A Vegetariana*, de Han Kang**

Por DeepSeek

*A Vegetariana*, da escritora sul-coreana Han Kang, é um romance perturbador e profundamente introspectivo que explora temas como identidade, autonomia, loucura e a relação entre o corpo e a mente. Publicado originalmente em 2007 e vencedor do Man Booker International Prize em 2016, o livro é dividido em três partes, cada uma narrada por uma perspectiva diferente, o que permite uma visão multifacetada da história central.


A trama gira em torno de Yeong-hye, uma mulher comum que, após ter sonhos violentos e vívidos, decide abandonar completamente o consumo de carne e, posteriormente, qualquer tipo de alimento de origem animal. Sua decisão, aparentemente simples, desencadeia uma série de eventos que afetam não apenas sua vida, mas também a de seu marido, sua irmã e seu cunhado. A narrativa examina como a escolha radical de Yeong-hye desafia as normas sociais e familiares, levando-a a um isolamento progressivo e a um estado mental cada vez mais frágil.


A primeira parte, narrada pelo marido de Yeong-hye, é marcada por uma frieza e distância emocional. Ele descreve a transformação de sua esposa com uma mistura de perplexidade e repulsa, incapaz de compreender ou aceitar suas motivações. A segunda parte, contada pelo cunhado, um artista obcecado por Yeong-hye, mergulha em temas de desejo, voyeurismo e exploração, enquanto ele projeta suas próprias fantasias artísticas sobre ela. A terceira parte, narrada pela irmã de Yeong-hye, In-hye, traz uma perspectiva mais afetiva e reflexiva, explorando os laços familiares, a culpa e a luta para entender o que levou Yeong-hye ao seu estado de alienação.


Han Kang escreve com uma prosa poética e visceral, criando imagens que são ao mesmo vez belas e chocantes. A recusa de Yeong-hye em comer carne não é apenas uma escolha dietética, mas um ato de rebelião contra a violência inerente à existência humana e uma tentativa desesperada de purificação. O livro questiona até que ponto podemos controlar nossos corpos e mentes, e como as expectativas sociais podem esmagar aqueles que se desviam da norma.


*A Vegetariana* é uma obra que permanece na mente do leitor muito tempo após a última página. É um estudo profundo da fragilidade humana, da luta pela autonomia e dos limites da sanidade. Han Kang cria uma narrativa que é tanto universal quanto intimamente pessoal, convidando o leitor a refletir sobre as próprias escolhas e as pressões que enfrentamos em nossas vidas. Uma leitura desafiante, mas profundamente recompensadora.




Tema de hoje: stay woke

 Nuances da linguagem

Literalmente, stay woke é algo como ficar atento, alerta, ligado. Todavia, a linguagem escorrega para significados que vão além da tradução literal. Stay woke é um desses termos que vem sendo empregado como gíria. Desse modo, apresenta outro significado.

Explanação criada pelo DeepSeek:


*"Stay Woke": Uma Abordagem Abrangente*

*1. Origens e Etimologia:*  

O termo "stay woke" tem raízes profundas na *African American Vernacular English (AAVE)*, associado à conscientização sobre injustiças sociais, particularmente o racismo estrutural. Sua origem remonta ao século XX, com destaque para a música "Scottsboro Boys" (1938) de Lead Belly, que alertava sobre perigos raciais. A expressão ganhou força novamente em 2008, na música "Master Teacher" de Erykah Badu, simbolizando despertar para verdades sociais.


*2. Evolução e Adoção Mainstream:*  

Com o movimento *Black Lives Matter* (especialmente após os protestos de Ferguson em 2014), "stay woke" tornou-se um chamado à vigilância contra a violência policial e a desigualdade racial. Posteriormente, expandiu-se para incluir outras causas, como direitos LGBTQIA+, feminismo e justiça climática. A mídia e celebridades popularizaram o termo, mas também diluíram seu significado original, transformando-o em um símbolo genérico de consciência social.


*3. Críticas e Controvérsias:*  

- *Apropriação e Banalização: O uso excessivo por marcas e figuras públicas, sem ações concretas, levou a acusações de **ativismo performático*, onde a "consciência" é superficial.  

- *Polarização Política*: Setores conservadores passaram a usar "woke" pejorativamente, associando-o a excessos do "politicamente correto" e à cultura do cancelamento. Isso gerou debates acalorados sobre liberdade de expressão versus responsabilidade social.  

- *Críticas Internas*: Ativistas argumentam que a expansão do termo para além de suas raízes raciais enfraquece seu propósito original, desviando o foco do combate ao racismo sistêmico.


*4. Contexto Global:*  

Inspirou movimentos além dos EUA, como o *#EndSARS* na Nigéria (contra a brutalidade policial) e o ativismo climático liderado por Greta Thunberg. Adaptações locais mostram sua versatilidade, mas também desafiam a manutenção do significado original.


*5. Conclusão: Significado e Legado*  

"Stay woke" encapsula a luta por justiça social, destacando a importância de permanecer informado e engajado. Apesar das críticas, seu legado reside na capacidade de mobilizar pessoas, incentivando questionamento de estruturas opressoras. No entanto, seu impacto depende da transição da consciência para a ação efetiva, evitando reducionismos. Como termo dinâmico, reflete tanto as conquistas quanto as contradições dos movimentos sociais contemporâneos. 


*Nota Final:*  

Embora controverso, "stay woke" permanece um lembrete poderoso: a verdadeira mudança exige mais que reconhecer injustiças — requer compromisso contínuo com a equidade.