terça-feira, 11 de março de 2025

Anotações sobre Bambino a Roma, de Chico Buarque

 


Trechos...

Não era da língua estrangeira que debochavam, porque nós três mal abríamos a boca, irmãos nunca têm o que se falar.

Eu, que de polícia sempre tive uma paúra instintiva, só não fugi porque não deixaria minha bola à mercê daquele veganha.

Só passaram a me observar e se cutucar e me sorrir de olhos baixos quando adotei meu blazer azul-marinho com o emblema da Notre Dame International School.

Eu tinha pressa de crescer e ser adulto e namorar mil e uma mulheres, até conhecer uma moça séria para esposar e ser traído, uma mulher completa como, por exemplo, a signorina Grazia, professora de italiano do meu pai.

Simplesmente dancei com a mulher mais linda do mundo, no que minha mãe não quis acreditar, me mandou largar mão da minha mania de contar vantagem.

Tenho cá para mim que ela não apreciava muito a professora.

Todo mundo sabe que com o avanço da idade a memória remota vai se desvelando.





Bombinhas, 11 de março de 2025.





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