Existe uma máxima que se arrasta no tempo (pois se não fosse assim não seria uma máxima*). "Vote na pessoa, não no partido". Hoje alguém repetiu essa máxima como se isso fosse o conselho mais sábio que alguém possa dar.
Faça uma análise crítica de "Vote na pessoa, não no partido". Aborde o aspecto da ignorância política, o distanciamento de lutas sociais, a indiferença à luta de classes, a luta pela desigualdade. Pois, em suma, buscamos, além da escolha de uma pessoa íntegra, representantes que estejam alinhados com esses ideais.
A frase “Vote na pessoa, não no partido” sugere que os eleitores devem focar nas qualidades individuais dos candidatos em vez de suas afiliações partidárias. Embora essa abordagem possa parecer sensata à primeira vista, ela apresenta várias implicações críticas que merecem uma análise mais profunda.
Ignorância Política
Focar exclusivamente na pessoa pode levar à ignorância política, onde os eleitores não consideram as plataformas e ideologias dos partidos. Os partidos políticos geralmente representam um conjunto de valores e políticas que refletem uma visão de sociedade. Ignorar isso pode resultar em uma escolha desinformada, onde o eleitor não compreende completamente as implicações das políticas que o candidato apoiará.
Distanciamento de Lutas Sociais
Os partidos políticos frequentemente têm raízes em movimentos sociais e representam lutas históricas por direitos e justiça social. Votar apenas na pessoa pode desconsiderar essas conexões importantes. Por exemplo, um candidato pode parecer íntegro e competente, mas se ele pertence a um partido que historicamente se opõe a certas lutas sociais, sua eleição pode prejudicar esses movimentos.
Indiferença à Luta de Classes
A luta de classes é um aspecto central na política, aonde diferentes partidos têm abordagens distintas para lidar com a desigualdade econômica. Votar na pessoa e não no partido pode levar à eleição de candidatos que, apesar de parecerem justos individualmente, apoiam políticas que perpetuam a desigualdade. A escolha de representantes deve considerar como suas políticas impactarão diferentes classes sociais.
Luta pela Desigualdade
A luta contra a desigualdade requer uma abordagem coletiva e sistêmica, algo que os partidos políticos estão mais bem equipados para enfrentar do que indivíduos isolados. Partidos com uma plataforma clara de combate à desigualdade podem implementar políticas abrangentes e coordenadas. Votar apenas na pessoa pode fragmentar esses esforços e enfraquecer a luta contra a desigualdade.
Conclusão
Embora a integridade pessoal dos candidatos seja importante, é crucial que os eleitores considerem também as ideologias e políticas dos partidos aos quais eles pertencem. A escolha de representantes deve ser baseada não apenas na integridade individual, mas também em como suas políticas e afiliações partidárias alinham-se com os ideais de justiça social, igualdade e progresso coletivo. Afinal, a política é um esforço coletivo, e os partidos são os veículos através dos quais mudanças sistêmicas podem ser efetivamente realizadas
* As máximas um dia também se tornam anacrônicas. Por isso, é importante reavaliar e atualizar nossas máximas e princípios à medida que a sociedade avança, garantindo que eles (os princípios) continuem a refletir os valores e necessidades contemporâneos.
II
Em segundo momento, registro que isso aqui, essa abordagem, é uma conversa que faço comigo mesmo para apaziguar meu espírito inquieto.
Bombinhas, 29 de setembro de 2024.
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