domingo, 12 de novembro de 2023

O Livro da Filosofia: curiosidades dos personagens que construíram as teorias filosóficas

O Livro da Filosofia (2011) é o texto base para as anotações que aqui vão. Título original: The philosophy book. Vários colaboradores.


Curiosidades dos personagens que construíram as teorias filosóficas

Anotações


Bento de Espinosa (1632-1677) 

Linha do tempo: A Renascença e a Idade da Razão


A abordagem é sobre o monismo substancial. A ideia antecedente vem de Giordano Bruno, cientista italiano, que desenvolve uma espécie de panteísmo. O tal monismo substancial também era visto como uma espécie de panteísmo, filosofia criticada pelos teístas, os quais o classificavam como ateísmo com outro nome. O fato aqui em destaque é que Bento Espinosa teria recusado vários cargos bem remunerados para preservar sua liberdade intelectual. Sobreviveu do ensino de filosofia e como polidor de lentes.


12 novembro 2024.


John Locke (1632-1704)

Linha do tempo: A Renascença e a Idade da Razão


A abordagem é sobre o empirismo.

Máxima: "O conhecimento de nenhum homem pode ir além de sua própria experiência".

Há um embate entre empiristas e racionalistas. A questão é: A mente humana, no nascimento, é uma folha em branco, ou o homem já nasce com ideias inatas?

Além das ideias empiristas, John Locke ficaria ainda mais famoso em razão de suas ideias políticas. Elaborou uma teoria de contrato social da legitimidade do Estado e lançou a semente do tal direito natural à propriedade privada. 


12 novembro 2024.


Voltaire (1694-1778)

Linha do tempo: A Era da Revolução

A abordagem é sobre o ceticismo.

Máxima: "A dúvida não é uma condição agradável, mas a certeza é absurda".


A dúvida é absurda, considerando que todo fato ou teoria na história foi revisto em algum momento, além disso, não nascemos com ideias e conceitos prontos em nossas mentes. Assim, qualquer ideia ou teoria pode ser desafiada. 

A dúvida não é nada agradável, uma vez que é mais fácil aceitar as declarações oficiais da Igreja, por exemplo, que desafiá-las.


17 novembro 2024.


Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

Linha do tempo: A Era da Revolução

A abordagem é sobre a Teoria do Contrato Social

Máxima: "O homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado".

"Quando a ideia de propriedade privada se desenvolveu, a sociedade teve de criar um sistema para protegê-la". Ocorre que essas leis vinculam as pessoas de forma injusta, pois, na verdade, são leis impostas por proprietários sobre aqueles que não tinham propriedade. A partir dessa ideia, Rousseau desenvolveu sua tese sobre os fundamentos da desigualdade entre os homens. Uma ideia chave do Contrato Social proposto por Rousseau era sobre a chamada Vontade Geral. "A vontade geral deve emanar de todos para ser aplicada a todos". Mais tarde, Karl Marx desenvolveria também esse pensamento de Rousseau, ou seja, sobre desigualdade e injustiça.


18 novembro 2024.


Adam Smith (1723-1790)

Linha do tempo: A Era da Revolução

A abordagem é sobre a economia clássica.

Máxima: O homem é um animal que faz barganhas.


"As pessoas agem por interesse próprio. Com frequência demandamos bens e serviços fornecidos por outros. Devemos, portanto, concordar em trocar bens e dinheiro entre nós, de forma que ambas as partes se beneficiem. O homem é um animal que faz barganhas".

Sua principal obra A riqueza das nações discorre sobre o funcionamento do mercado, assim como os benefícios da "mão invisível do mercado" em condições livres. A crítica que recai sobre sua obra é a ausência de um equilíbrio entre os produtores e consumidores dentro de seu modelo social. 

A riqueza das nações não está, portanto, no estoque de ouro ou petróleo, mas na divisão do trabalho e no funcionamento do mercado, o que revolucionária as ideias até então.


26 dezembro 2023.


Immanuel Kant (1724-1804)

Linha do tempo: A Era da Revolução

A abordagem é sobre o idealismo transcendental, dentro do campo da metafísica.

Máxima: "Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceitos são cegas... somente a partir de sua união pode surgir a cognição". Immanuel Kant

A revolução do conhecimento propiciada por Kant teve como ponto de destaque ideias a respeito do racionalismo e empirismo, teorias que dominavam o debate até então. Kant desenvolveu a teoria do idealismo transcendental, a qual afirma que tanto a razão quanto a experiência são necessárias para compreensão do mundo.

Racionalismo (René Descartes, George Berkeley). "Os racionalistas acreditavam que o uso da razão, em vez da experiência, leva à compreensão dos objetos no mundo". 

Empirismo (John Locke). "Os empiristas acreditavam que o conhecimento provém da experiência dos objetos no mundo, em vez da razão". 

Idealismo Transcendental (Immanuel Kant). "A teoria do idealismo transcendental de Kant afirma que tanto a razão quanto a experiência são necessárias para compreender o mundo".


01 janeiro 2024.


Edmundo Burke (1729-1797)

Linha do tempo: A Era da Revolução

A abordagem é sobre o conservadorismo, dentro do campo da filosofia política.

Dado que a sociedade é uma estrutura orgânica com raízes profundamente no passado, Burke defendia a ideia que a organização política devia se desenvolver naturalmente ao longo do tempo. Isto é, ele refutava mudanças abruptas, como foi a Revolução Francesa de 1789, quanto o rei foi executado. Por essa razão, é frequentemente saudado como o pai do conservadorismo moderno.

Segundo suas ideias, a sociedade não se ocupa apenas da economia, ou seja, da vulgar existência animal. Para ele, a sociedade significa mais do que pessoas vivendo o agora, ela também inclui nossos ancestrais e descendentes. Em suma, conforme Burke, "A sociedade é, de fato, um contrato".

"Para Burke, a falibilidade do julgamento individual é a razão pela qual precisamos da tradição, para nos dar o sentido moral de que precisamos. O argumento ecoa David Hume, que afirmava que "o hábito é o grande guia da vida humana"". Tradição e hábito aqui trazendo a ideia de conservadorismo.


Jeremy Bentham (1748-1832)

Linha do tempo: A Era da Revolução

A abordagem é sobre o utilitarismo, dentro do campo da ética.

Segundo Bentham, a atividade humana é governada por duas forças: evitar a dor e buscar o prazer. Segundo ele, todas as decisões sociais e políticas devem ser feitas visando alcançar a máxima felicidade possível para o máximo de pessoas possível. 

Bem antes, século V a.C., Epicuro afirmava que o principal objetivo da vida deve ser a busca da felicidade.


02 janeiro 2024.


Mary Wollstonecraft (1759-1797)

Linha do tempo: A Era da Revolução

A abordagem é sobre o feminismo, dentro da área de filosofia política.

Máxima: A mente não tem gênero.


Segundo Mary Wollstonecraft, "se ao homem e às mulheres é dada a mesma educação, ambos vão adquirir o mesmo caráter virtuoso e a mesma abordagem racional à vida, porque têm fundamentalmente cérebros e mentes similares". Tal reflexão está contida em sua obra. Uma defesa dos direitos da mulher, publicada em 1792.

No século IV a.C., Platão já aconselhava que meninas devessem ter educação similar aos meninos. Ao final do século XX, uma onda de ativismo feminista começa a subverter a maioria das desigualdades sociais e políticas entre os sexos na sociedade ocidental. 


Johann Gottlieb Fichte (1762-1814)

Linha do tempo: A Era da Revolução

A abordagem é sobre o idealismo, dentro da área da epistemologia.

Máxima: O tipo de filosofia que se escolhe depende do tipo de pessoa que se é.


Foi aluno de Kant, seu questionamento versa sobre como é possível para nós existir como seres éticos com livre-arbítrio, enquanto vivemos em um mundo que parece ser determinado de maneira causal, isto é, em um mundo onde todo evento resulta necessariamente de acontecimentos e condições prévias, segundo leis invariáveis da natureza. 


No século XX, as ideias nacionalistas de Fichte são associadas a Martin Heidegger e ao regime nazista na Alemanha.


04 janeiro 2024.


Friedrich Schlegel (1772-1829)

Linha do tempo: A Era da Revolução

A abordagem é sobre a reflexibilidade, dentro da área metafilosofia.

Máxima: Nenhum outro assunto há menos filosofar do que em relação à filosofia.


Friedrich Schlegel recebe o crédito de introduzir o uso de aforismos na filosofia moderna, isto é, afirmações curtas, ambíguas.


Dentro desse campo metafilosófico, argumentava que devemos questionar tanto a maneira como a filosofia ocidental funciona, assim como questionar a ideia de que o tipo de argumento linear é a melhor abordagem, assim propõe o modelo circular, no qual a abordagem começa no meio. Considerou que não é possível alcançar quaisquer respostas definitivas, pois toda a conclusão de um argumento pode ser aperfeiçoada indefinidamente. De modo que, sendo a filosofia a arte do pensamento, os seus métodos afetam o tipo de respostas que se pode encontrar. Por exemplo, as filosofias ocidentais e orientais usam abordagem muito diferentes.

Protágoras, 450 a.C., afirmava que não existem princípios básicos ou verdades absolutas. "O homem é a medida de todas as coisas".


05 janeiro 2024.




























Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por sua contribuição!