domingo, 11 de agosto de 2024

Anotações sobre O filho de mil homens, de Valter Hugo Mãe

 


Primeiro comentário: É uma prosa parecendo poesia.

Trechos...

A esperança era uma coisa muda e feita para ser um pouco secreta.

Quem tem menos medo de sofrer, tem maiores possibilidades de ser feliz.

Quanto maior importância dessem ao sucedido, mais parecia que se acusavam de paternidade.

Como esses mortos cujas almas se esqueceram de partir.

Mas o menino, afinal, chorou. Tinha alma. O passado é uma herança de que não se pode abdicar.

Um sopro do vento que se assemelhava a um murmúrio.

Por algum motivo,

De falarem as pessoas mais sobre o tempo do que sobre o filho de quinze pais que ninguém fora ver.

Dentro de alguma tristeza, era feliz.

Ler seria fundamental para a saúde.

O Alfredo partia um pouco a cada dia.

Uma casa que parecia vazia mesmo com ele lá dentro.

Ser o que se pode é a felicidade.

A vizinha não reconfortava a Matilde em nada.

Não falou nem gritou com ninguém.

Os filhos perdoados são outra vez perfeitos.

O rapaz pequeno crescia semeado com boa esperança.

Faziam também parte dos que escolhiam ser uma porcaria ao invés de quererem ser normais, como as prostitutas, os drogados, os surfistas e os cantores.

Não se tocavam e não se entreolhavam.

Contavam as versões boas de todas as histórias, mesmo das mais terríveis.

As crianças não deveriam crescer nunca porque as crianças são perfeitas.

Quem perdeu a mãe perde-a para sempre e nunca mais para de a perder. 

Tem tanto de despachada quanto de complicada.

As pessoas eram assim mesmo, feitas de imprudências. Quem sabe se a imprudência é a felicidade.

Apresentar o Antonino com essa máscara tão cristã de estar casado.

Nunca queira livrar-se do coração. Siga-o.

Não era costume que alguém lhe respondesse com tão grande intensidade nos olhos.

Se não esperamos nada (da vida), tudo quanto existe já abundância.

Nunca por preconceito algum limite o amor.

Pequeno-almoço.

Arrumada de flores e perfumes para fazer de conta que a morte era uma coisa bonita.

As flores silvestres significavam uma generosidade de beleza que os campos tinham para toda a gente. 


Dias dos pais, 11 de agosto de 2024.


Resenha de "O Filho de Mil Homens", de Valter Hugo Mãe*

“O Filho de Mil Homens”, de Valter Hugo Mãe, é um romance profundo e comovente que explora temas como a paternidade, o amor, a solidão e a busca por um sentido na vida. Lançado em 2011, o livro é uma das obras mais notáveis do autor português, conhecido por seu estilo único e sua capacidade de captar a complexidade das emoções humanas.

O enredo gira em torno de um personagem central, um homem chamado “O Homem”, que vive numa pequena aldeia portuguesa. Ele é um ser marcado pela solidão e pelo desejo não realizado de ser pai. O Homem, cuja identidade nunca é completamente revelada, é retratado como um ser melancólico e introspectivo, que busca em vão a paternidade. Seu desejo de ter um filho é uma metáfora para a sua busca por pertencimento e por uma conexão mais profunda com o mundo e com os outros.

O romance se destaca pela sua escrita poética e pela construção de personagens profundamente humanos. Valter Hugo Mãe utiliza uma linguagem rica e evocativa para descrever as emoções e as experiências dos personagens. A narrativa é intercalada com momentos de introspecção e reflexões filosóficas que aprofundam a compreensão do leitor sobre as motivações e os dilemas dos personagens.

Os temas da paternidade e da identidade são explorados de maneira sensível e multifacetada. O Homem, que deseja desesperadamente ter um filho, vê em sua ausência uma forma de se redimir e encontrar um propósito para sua existência. No entanto, a sua jornada é marcada por frustrações e desencantos, que refletem uma visão mais ampla sobre o que significa ser pai e como a ausência de um papel pode influenciar a vida de alguém.

O livro também aborda a relação entre o desejo e a realidade, mostrando como as expectativas muitas vezes entram em conflito com a vida cotidiana. A história é permeada por uma sensação de esperança e desesperança, com personagens que lutam para encontrar um sentido em suas vidas. A narrativa é salpicada com momentos de beleza e tragédia, que capturam a complexidade da experiência humana.

A construção da aldeia e dos personagens secundários adiciona uma camada adicional de profundidade ao romance. A comunidade ao redor do Homem é um microcosmo que reflete as suas próprias angústias e sonhos, proporcionando um pano de fundo rico para a história principal. Esses personagens contribuem para a exploração dos temas centrais do livro e oferecem uma visão mais abrangente da vida na aldeia e das dinâmicas interpessoais.

Por meio de uma prosa lírica e introspectiva, Valter Hugo Mãe consegue criar uma obra que é, ao mesmo tempo, universal e íntima. “O Filho de Mil Homens” é uma meditação sobre a busca por conexão e a luta para encontrar um propósito, oferecendo ao leitor uma experiência literária rica e reflexiva. É um livro que desafia o leitor a considerar as suas próprias concepções de paternidade, identidade e pertencimento, deixando uma impressão duradoura e profunda.


*Com auxílio do ChatGPT.

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